QUEM FAZ A HISTÓRIA

QUEM FAZ A HISTÓRIA

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses,
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?

Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as despesas?

Tantos relatos.
Tantas perguntas.

Bertolt Brecht
(1898-1956)

Brecht nos dá a exata dimensão e importância dos indivíduos para a construção histórica dos povos, esse passado cheio de acontecimentos que fizeram a humanidade evoluírem tecnológica e socialmente. Durante o processo, vários foram os objetos e documentos produzidos, que testemunharam essas transformações humanas. Onde estará o primeiro livro impresso? A tela da Monalisa? A lousa usada por Einstein? O telescópio de Galileu? A carta de Caminha ao Rei de Portugal? Sabemos que estão em museus, guardados com a segurança devida, porém neles não está representado o cotidiano de seus contemporâneos, falta aquele detalhe mais simples.

Todas as pessoas têm um papel como agente de transformação da História e ampliar a participação dos indivíduos na construção da memória social são atuar na percepção que os indivíduos e os grupos têm de si mesmos e de sua situação conseguir em nome de outro.

Desde as escritas milenares até à edição eletrônica dos nossos dias, passando pela tipografia de Gutenberg, pela litografia, pela fotogravura, pelas rotativas, pelos jornais livres e amordaçados ao longo dos tempos, etc., etc., há um mundo a descobrir através da nova realidade virtual. No tempo de Gutenberg navegava-se pelos oceanos, agora se navega virtualmente por todo o mundo.

Este espaço, “museu virtual”, esta aberto à comunidade e as pessoas interessadas em resgatar e preservar a nossa memória, em que poderão registrar suas historias e consultar o acervo.

O sentimento de pertencimento que temos de um lugar só pode acontecer e continuar existindo se houver a consciência em preservar a memória material e imaterial desse lugar. É uma das causas atuais do desinteresse por parte dos cidadãos em cuidar da coisa pública, ele não se identifica com o novo, aquilo que destruiu os testemunhos de sua vida no contexto da história social na comunidade. Esse espaço virtual é onde pretendemos divulgar a nossa história.

Um espaço privilegiado para estudo, pesquisa e reflexão.

Prof. Marcelo Bonetti Agostinho

Coordenador do Núcleo de Patrimônio e Memória

da Escola Livre de Teatro de Jales/SP

Igreja Velha Jales - anos 70

Resgatando uma imagem de um cenário que marcou a vida da nossa comunidade desde sua construção no final da década de 1940, até quando ela deixou de existir, no inicio dos anos 70.

Atualmente nesse espaço, fica o fórum do município.